Introdução
A datação por carbono 14 é uma maneira de determinar a idade
de certos artefatos arqueológicos de origem biológica com até 50 mil anos. Ela
é usada para datar objetos como ossos, tecidos, madeira e fibras de plantas
usados em atividades humanas no passado relativamente recente.Você já deve ter
visto ou lido notícias sobre artefatos antigos fascinantes: em uma escavação
arqueológica, um pedaço de ferramenta feita de madeira é encontrado e o
arqueólogo descobre que ele tem 5 mil anos de idade. A múmia de uma criança é
encontrada no alto dos Andes e um arqueólogo diz que a criança viveu há mais de
2 mil anos. Mas como os cientistas sabem a idade de um objeto ou de restos
humanos? Que métodos eles usam e como é que esses métodos funcionam? Neste
artigo, vamos examinar os métodos (prestando atenção especial na datação por
carbono 14) pelos quais os cientistas usam a radioatividade para determinar a
idade dos objetos.
Como é criado o carbono 14
Todos os dias, raios cósmicos entram na atmosfera terrestre
em grandes quantidades. Para se ter um exemplo, cada pessoa é atingida por
cerca de meio milhão de raios cósmicos a cada hora. Não é nada raro um raio
cósmico colidir em outro átomo na atmosfera e criar um raio cósmico secundário
na forma de um nêutron energizado, e que esses nêutrons energizados, por sua
vez, acabem colidindo com átomos de nitrogênio. Quando o nêutron colide, um
átomo de nitrogênio 14 (com sete prótons e sete nêutrons) se transforma em um
átomo de carbono 14 (seis prótons e oito nêutrons) e um átomo de hidrogênio (um
próton e nenhum nêutron). O carbono 14 é radioativo e tem meia-vida de cerca de
5.700 anos.
Os átomos de carbono 14 criados por raios cósmicos
combinam-se com oxigênio para formar dióxido de carbono, que as plantas
absorvem naturalmente e incorporam a suas fibras por meio da fotossíntese. Como
os animais e humanos comem plantas, acabam ingerindo o carbono 14 também. A
relação de carbono normal (carbono 12) pela de carbono 14 no ar e em todos os
seres vivos mantém-se constante durante quase todo o tempo. Talvez um em cada
trilhão de átomos de carbono seja um átomo de carbono 14. Os átomos de carbono
14 estão sempre decaindo, mas são substituídos por novos átomos de carbono 14,
sempre em uma taxa constante. Nesse momento, seu corpo tem uma certa
porcentagem de átomos de carbono 14 nele, e todas as plantas e animais vivos
têm a mesma porcentagem que você.
Datando um fóssil
Assim que um organismo morre, ele pára de absorver novos
átomos de carbono. A relação de carbono 12 por carbono 14 no momento da morte é
a mesma que nos outros organismos vivos, mas o carbono 14 continua a decair e
não é mais reposto. Numa amostra a meia-vida do carbono 14 é de 5.700 anos,
enquanto a quantidade de carbono 12, por outro lado, permanece constante. Ao
olhar a relação entre carbono 12 e carbono 14 na amostra e compará-la com a
relação em um ser vivo, é possível determinar a idade de algo que viveu em
tempos passados de forma bastante precisa.
Uma fórmula usada para calcular a idade de uma amostra
usando a datação por carbono 14 é:
t = [ ln (Nf/No) / (-0,693) ] x t1/2
em que In é o logaritmo neperiano, Nf/No
é a porcentagem de carbono 14 na amostra comparada com a quantidade em tecidos
vivos e t1/2 é a meia-vida do carbono 14 (5.700 anos).
Por isso, se você tivesse um fóssil com 10% de carbono 14 em
comparação com uma amostra viva, o fóssil teria:
t = [ln (0,10)/(-0,693)] x 5.700 anos
t = [(-2,303)/(-0,693)] x 5.700 anos
t = [3,323] x 5.700 anos
t = 18.940 anos de idade
Como a meia-vida do carbono 14 é de 5.700 anos, ela só é
confiável para datar objetos de até 60 mil anos. No entanto, o princípio usado
na datação por carbono 14 também se aplica a outros isótopos. O potássio 40 é
outro elemento radioativo encontrado naturalmente em seu corpo e tem meia-vida
de 1,3 bilhão de anos. Além dele, outros radioisótopos úteis para a datação
radioativa incluem o urânio 235 (meia-vida = 704 milhões de anos), urânio 238
(meia-vida = 4,5 bilhões de anos), tório 232 (meia-vida = 14 bilhões de anos) e
o rubídio 87 (meia-vida = 49 bilhões de anos).
O uso de radioisótopos diferentes permite que a datação de
amostras biológicas e geológicas seja feita com um alto grau de precisão. No
entanto, a datação por radioisótopos pode não funcionar tão bem no futuro.
Qualquer coisa que tenha morrido após os anos 40, quando bombas nucleares,
reatores nucleares e testes nucleares em céu aberto começaram a causar
mudanças, será mais difícil de se datar com precisão.
FONTE:
http://ciencia.hsw.uol.com.br/carbono-14.htm/printable
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