As primeiras telas de plasma eram monocromáticas, como esta,
usada nos terminais do sistema PLATO
A matéria pode se organizar de diferentes formas e
apresentar-se nos estados sólido, líquido ou gasoso, dependendo da temperatura
e da pressão a que está submetida. Esses estados também são conhecidos como
‘fases’ ou ‘estados de agregação’ da matéria. Na fase sólida, as partículas
estão fortemente unidas e mais juntas entre si do que em outras fases. À
temperatura ambiente, uma moeda de alumínio se apresenta no estado sólido. Já
na fase gasosa, as partículas estão fracamente unidas e bem separadas, apresentando
a tendência de ocupar todo o volume disponível. À temperatura ambiente, o ar
está nessa fase. Na fase líquida, temos uma situação intermediária entre a fase
sólida e gasosa.
Além dos três estados já citados, existe um outro, o plasma
– o “quarto estado da matéria”. A nomenclatura 'plasma' foi utilizada pela
primeira vez em 1926, pelos físicos I. Langmuir e H. Mott-Smith. Na verdade,
chamar o plasma de quarto estado da matéria não é justo, de certo ponto de
vista. Deveríamos chamá-lo de “primeiro estado da matéria”, pois nele está
cerca de 99% de toda a matéria visível do universo!
Mas o que é um plasma?
Para responder a essa pergunta, devemos relembrar alguns
conceitos básicos: o átomo é constituído de um núcleo com carga positiva e uma
eletrosfera negativa. Quando o número de cargas positivas é igual ao número de
cargas negativas, o átomo é dito eletricamente neutro. Quando ele ganha
elétrons (íon negativamente carregado), é chamado de 'ânion'. Quando perde
elétrons (íon positivamente carregado), o chamamos ‘cátion’. Os elétrons que se
desligaram do átomo são chamados de ‘elétrons livres’. O Plasma é um gás que
contém uma mistura variada de átomos neutros, íons e elétrons livres em
constante interação elétrica.
Quando partículas portadoras de carga elétrica se mantêm em
movimento, estabelece-se uma corrente elétrica. Em sólidos, esses portadores de
carga são os elétrons, mas nos líquidos e gases, além dos elétrons, os íons
também são portadores de carga. Apesar de os íons terem carga líquida positiva ou
negativa, o plasma, como um todo, é eletricamente neutro, pois nele existem
iguais quantidades de cargas positivas e negativas, exatamente como em um gás
constituído somente de moléculas neutras.
Então qual a diferença entre um gás formado por moléculas
neutras e um plasma?
Um plasma tem a capacidade de conduzir facilmente corrente
elétrica. Além disso, absorve certos tipos de radiação que passariam sem
interagir em um gás formado por moléculas neutras. Normalmente, são criados
aquecendo-se um gás a uma temperatura muito elevada, o que faz com que alguns
elétrons recebam energia suficiente para se desligar dos átomos a que estavam
presos, resultando em cátions e elétrons livres.
A lâmpada fluorescente, os letreiros de néon, as lâmpadas de
vapor usadas em vias públicas, a aurora boreal, o maior alcance das ondas de
rádio do tipo AM do que as FM são alguns exemplos de fenômenos que envolvem o
plasma e suas características.
Quanto à televisão de plasma, surpreendentemente, ela não é
uma invenção tão recente quando parece. Foi criada na universidade americana de
Illinois, na década de 60 do século passado – as primeiras telas de plasma eram
monocromáticas, nas cores laranja ou verde. Elas se tornaram coloridas, da
forma como as conhecemos hoje, na década de 70
A idéia da televisão de plasma é fazer brilhar pequenos
pontos, que se comportam como se fossem pequenas lâmpadas fluorescentes
formadas pelas cores primárias do espectro luminoso (verde, azul e vermelho).
Dois eletrodos criam uma diferença de potencial que gera uma corrente elétrica
através de um gás. O gás ionizado (plasma) mantém a descarga para excitar um
gás neutro, que deverá emitir luz ultravioleta. A radiação ultravioleta, por
sua vez, interage com um elemento fosforescente, presente no interior da
célula, que libera a energia na forma de luz visível.
Cada célula é formada por três partes que emitem cores
diferentes e a mistura dessas cores, em diferentes intensidades, gera todos os
tons que vemos na tela. A vantagem da televisão de plasma é que o imenso tubo
de raios catódicos dos televisores tradicionais não é necessário, o que permite
a construção de um equipamento muito fino. Além disso, na televisão
tradicional, os raios catódicos varrem a tela, e os pixels (células unitárias
que compõem a imagem) não acendem todos juntos; na de plasma, todos os pixels
acendem juntos, permitindo uma imagem de melhor qualidade.
Para entender esses fenômenos em todos os seus detalhes,
leia o artigo “Plasma: dos antigos gregos à televisão que você quer ver”, publicado
na revista Física na Escola V. 9 n. 1.
Fonte: http://pion.sbfisica.org.br/pdc/index.php/por/Artigos/Plasma-dos-antigos-gregos-a-moderna-televisao
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