Praticamente tudo o que conhecemos no universo é feito de
matéria. Mas os cientistas sabem que no início de tudo, no Big Bang, matéria e
antimatéria foram criadas em iguais proporções. Até aí nada demais, se não
fosse um pequeno detalhe: quando uma partícula de matéria se encontra com
antimatéria, ambas se aniquilam gerando uma grande explosão. Mas afinal de
contas, o que é a antimatéria?
A antimatéria é exatamente iguai a matéria, exceto o fato de
sua carga elétrica e spin ser oposta à matéria. No início do universo, existiam
as partículas e suas antipartículas correspondentes. Por exemplo, para cada
quark havia um antiquark e assim vai. Quando essas partículas e antipartículas
se encontravam, se aniquilavam e geravam uma colossal quantidade de energia.
Uma das provas de que a antimatéria existiu está na denominada radiação cósmica
de fundo, a energia gerada nos primórdios do universo e que vaga pelo espaço
até hoje.
À medida que o universo se expandiu bruscamente em seus
primórdios, ele passou a esfriar. Nessa fase, algo muito interessante e de suma
importância para o surgimento dos astros aconteceu: uma pequena quantidade de
matéria sobreviveu às inúmeras colisões de partículas e antipartículas. A
antimatéria foi praticamente eliminada no nosso universo. Mas aí é que está um
dos grandes mistérios da cosmologia: se matéria e antimatéria eram criadas na
mesma proporção, porque a matéria sobreviveu à guerra contra a antimatéria?
Que bom que isso aconteceu, afinal de contas, se matéria ou
antimatéria não tivesse vencido, ambas ainda estariam colidindo e se
aniquilando em todo o universo, e este seria um grande mar de energia que não
teria nada que valesse à pena ser visto.
Nos imensos aceleradores de partículas como o LHC, no Cern,
os pesquisadores aprenderam a fabricar antimatéria. Chegaram a construir átomos
inteiros de antimatéria e isso acabou gerando em aplicações práticas inclusive
na medicina, mais precisamente na pet scan, que permite a visualização do
interior do corpo humano em 3D. Essa tomografia emite pósitrons, partículas de
antimatéria. Esses pósitrons são versões positivas dos elétrons e possuem uma
massa e tamanho tão pequeno que deixam um grande espaço entre os átomos. Por
isso ao se encontrarem com partículas do corpo humano, não explodem uma pessoa.
Toda a história da antimatéria se iniciou como sempre com
Albert Einstein, e sua famosa equação E=MC². Nesse equação, E representa
energia da partícula, M sua massa, e C a velocidade da luz. Mas nem mesmo seu
criador notou que a equação pode admitir soluções negativas, ou seja, pode ser
escrita assim: E=±MC². Contudo, a solução negativa gerava uma grande
dificuldade de interpretação. Os físicos não sabiam o que fazer com o
resultado.
Paul Dirac, em 1930, afirmou que solução negativa poderia
equivaler à antimatéria. A equação que Dirac criou (imagem abaixo – não se
assuste) explica o comportamento dos elétrons na mecânica quântica e implica
que o elétron pode possui energia negativa. Isso resultou na existência da
existência de uma antipartícula do elétron, denominada pósitron.
De acordo com essa equação, qualquer partícula teria sua
antipartícula correspondente. Muitas das quais foram observadas posteriormente pelos
físicos nos aceleradores de partículas, comprovando a existência da
antimatéria, e ajudando os cientistas a entenderem os primórdios do universo.
Fonte: http://misteriosdomundo.com/antimateria-o-espelho-do-universo